Ideias Incríveis!

Ideias Incríveis!

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27 de abr. de 2012

O sósia, será ?


Aconteceu na cidade de Finostrato.
Um rapaz com o nome de Dionéio abre os braços pro sujeito que vai passando, e exclama:
- Beltrão! Beltrão!...Puxa, cara! Como você mudou! Era gordo e ficou magro; era louro e ficou moreno; era alto e ficou baixinho; e era cabeludo, e agora está calvo... Você mudou muito, meu!
- Qual é ? Me larga, cara! Eu me chamo Rosilhão.
E Dionéio, sem dar o braço a torcer:   
- Putzgrila! Mudou  até de nome?!



O cantor e o intelectual

 Um rapaz com o nome de Pasquino, possuía dois passarinhos, um que cantava muito, e o outro que não cantava nada. Refletindo sobre o caso, Pasquino resolveu vendê-los em uma feira. Colocou-os num local bem visível,  para que todos os vissem e ouvissem.
O  passarinho cantador abriu o bico,  começando a cantar sem parar, enquanto o outro ficava simplesmente calado ao seu lado.
Um senhor chegou e, maravilhado com o mavioso canto do pássaro, aproximou-se de Pasquino e perguntou: 
- Quanto custam as avezinhas, meu jovem?
Pasquino respondeu, sem titubear:
- Esse que tá cantando, custa 100 reais. Já o calado custa 200 reais!
O homem  ficou espantado.
- Como assim?! Porque o passarinho que não canta custa mais que o cantor?
- Ora, meu senhor... Porque o que está calado é o compositor.

Ah! Não é isto a felicidade?


23 de abr. de 2012

Santo Resmo


  Em Aparecida do Sul havia um italiano de nome Resmo. Homem pobre que era, trabalhava como catador de papel, e quem dele precisasse, estava sempre pronto a servir. Por esse motivo, todos o consideravam como homem íntegro e bom. Um dia, seja verdade isso ou não, esse pobre homem veio a falecer. Segundo os Aparecidenses testemunham até os dias atuais, na hora da morte, os sinos da igreja matriz, não sendo tocados por ninguém, puseram-se a dobrar. O povo considerou o fato um milagre e começou a afirmar que esse tal Resmo se fizera santo. Correram as pessoas em massa à casa onde estava o morto, e levaram o corpo à igreja matriz. Para lá, pouco depois, encaminharam-se coxos, aleijados, cegos e outros infelizes...E para a igreja se dirigiam acreditando na possibilidade de se curarem, apenas com o simples ato de tocar aquele corpo.
  Estavam em Aparecida do Sul, em meio a essa correria e tumulto do povo, três rapazes. Um deles chamava-se Martini, o outro Julio e o terceiro Ozualdo. As habilidades dos jovens consistiam em fazer a imitação uns dos outros, assim como podiam imitar qualquer outro homem. E com isso divertiam os espectadores. Nenhum deles estivera antes em Aparecida do Sul e ficaram curiosos vendo todo mundo correndo. Ao saberem da razão do corre-corre à igreja, tiveram vontade de também lá irem, para constatar o que realmente acontecia. E Ozualdo disse:



- Queremos ir ver esse santo, mas por mim, não entendo como poderemos chegar lá. A praça está cheia de policiais armados, para evitar maiores tumultos. Além do mais, a igreja está de tal modo lotada de gente, que quase mais ninguém consegue nela entrar.
Julio, desejando muito assistir aquilo, disse:
- Não fiquem preocupados com nada, eu estou certo de que acharei o modo de chegar até onde está o corpo do santo.
- Como? - Perguntou Ozualdo. Julio explicou :
- Direi de que modo: vou fingir que sou aleijado, você irá de um lado e o Martini do outro, como se me amparassem. Vocês me darão apoio, como quem deseja levar-me até o altar, para que o santo me cure. Tanto a Martini quanto a Ozualdo a idéia foi agradável. Foram para um recanto solitário onde Julio torceu de propósito, como contorcionista que era, as próprias mãos, os dedos, os braços e as pernas. Ah, ia me esquecendo: entortou a boca também, os olhos e todo o rosto. De tal jeito o fez , que ficou transmudado num espetáculo doloroso de ser visto. Julio foi carregado por Ozualdo e Martini, como o combinado, na direção da igreja. Diante dos olhos de todos, demonstrando profunda pena pelo companheiro, rogavam a cada pessoa à frente, que se lhes abrisse caminho. O pedido era sempre atendido, fazendo nascer de todos os lados exclamações solícitas de "abram caminho!... abram caminho!"


Chegaram os três ao local onde se encontrava o corpo do pobre Resmo, e por lá se achavam gentis homens que levaram Julio, pondo-o em cima do corpo que acreditavam ser milagroso, para que recebesse a benesse do retorno à saúde perfeita. Todo mundo ficou atento. Julio, depois de ficar algum tempo onde o tinham posto, começou a fingir que ia conseguindo estender um dos dedos, depois a mão e em seguida o braço, e assim fazendo, acabou por esticar todo o corpo. Vendo isto, o povo fez tão grande zoeira, louvando o já agora santo Resmo, que no momento, mesmo se houvesse trovões, não seriam ali ouvidos. Casualmente, estava na cidade um rapaz que conhecia muito bem a qualidade imitativa de Julio. E ao vê-lo já de pé, como que tendo recebido um milagre, no mesmo instante pôs-se a rir, dizendo:
- Quem é que, vendo-o chegar à igreja, não creria que ele realmente fosse aleijado? Certas pessoas escutaram estas palavras e indagaram:
- Que diz? Esse homem, então, não era aleijado? A isto retrucou o rapaz:
- Não! Aquele sujeito sempre foi ereto como qualquer um de nós, contudo, sabe melhor do que nenhum, como os senhores puderam ver, realizar brincadeiras desse tipo. O povo não precisou mais de nenhum esclarecimento e puseram-se a gritar:
- Prendam este herege que quis zombar de santo Resmo e também de nós! Os aparecidenses apoderaram-se de Julio, arrancaram-no de onde estava, puxaram-lhe os cabelos, fizeram em trapos as suas roupas e começaram a dar-lhe socos e pontapés. Pareceu mesmo que nenhum homem, de quantos ali estavam, deixou de vir à sua presença, para lhe aplicar murros e dar-lhe chutes nas costelas. O pobre Julio urrava de desespero e dor.
-Tenham piedade! Tenham piedade!...
Mas Santo Resmo não se manifestou...

                                          Este conto está disponível também no site Net Saber

22 de abr. de 2012

21 de abr. de 2012

Sobre a Filosofia Brasileira da Nacionalidade Divina



    Entre uma notícia boa e uma ruim, é de praxe perguntar à pessoa qual ela quer saber primeiro. A maioria opta por saber a ruim em primeiro lugar, para depois amenizar o espírito com a boa. Então, sendo assim, vou começar pela má: DEUS NÃO É BRASILEIRO! Me perdoem por ser a portadora de tal notícia...
    Como poderia ser Deus  brasileiro, se o nosso povo vive o caos na Economia, na Educação, na Segurança, na Saúde e em outras áreas? Como poderia ser Deus brasileiro se em nosso país poucos têm tanto e tantos têm tão pouco? Deus é Justiça....
    Deus não tem nacionalidade, pois é universal. O único povo escolhido por Ele na Terra, são os israelitas, que tinham e têm um compromisso moral, religioso e até político com o Criador. Quem conhece a Bíblia sabe disso.
    Supondo que Deus fosse brasileiro, em primeiro lugar Ele jamais aceitaria o tratamento informal que damos a Ele, chamando-o de JC, Cara, Amigão e outras intimidades. Se a Bíblia manda não tomarmos seu Santo Nome em vão, que respeito estaríamos tendo com a Suprema e Verdadeira Santidade? Você já chamou alguma autoridade, como por exemplo, o presidente da República ou o papa, de cara? Então como chama a Deus, que é infinitamente maior do que eles?
    Numa segunda suposição, caso Deus fosse brasileiro, como Ele veria milhares de desempregados pagando taxas de inscrição para participar de concursos em empresas ou órgãos públicos?
    Diante desse ufanismo infantil, é bom lembrar Shopenhauer, que escreveu: “Devo declarar que, se não é um simples propósito irrefletido de pessoas cujo chato cérebro alberga somente palavras, o otimismo me parece uma opinião não somente absurda, mas verdadeiramente ímpica, porque constitui uma irrisão amarga em face dos inomináveis sofrimentos da humanidade”. Aqui peço licença ao grande filósofo, para trocar humanidade por povo brasileiro.
    Isto posto, é hora de passar à boa notícia, principalmente para os políticos e empresas que abusam do poder: DEUS NÃO É BRASILEIRO! Políticos que legislam em causa própria e nada fazem por aqueles que não têm pão;  que empilham famílias em casas de 40m2; que não abrem mão dos seus jetons; que usam e abusam do dinheiro suado do trabalhador; enfim, todos aqueles que são os fariseus da pátria, podem respirar aliviados. Se Deus fosse brasileiro, provavelmente Brasília não existiria mais...
    Todo universo pertence ao Senhor, e a Ele não interessa latifúndios ou impérios, tesouros perecíveis. Deus não quer países para reinar, e sim as boas almas. Em Deus não há um átomo de imperfeição, e por isso mesmo, tentar dar-lhe uma nacionalidade é no mínimo heresia. Infelizmente para nosso sofrido povo, Deus não é brasileiro, porém seu Poder, Amor e Justiça, são universais. E certamente Ele cobrará as injustiças cometidas.

18 de abr. de 2012

Igualdade

Possuímos mãos, orgãos, sentidos, afeições, paixões. Somos alimentados pelos mesmos alimentos, feridos com as mesmas armas, sujeito às mesmas doenças, curados pelos mesmos meios, aquecidos pelo mesmo verão, resfriado pelo mesmo inverno.
Se nos fazem cócegas, não rimos? Se nos envenenarem não morreremos?
Se nos cortarem não sangraremos o mesmo sangue?

17 de abr. de 2012

Stars Forever - Magal

Sidney Magal

Flores de Pet

Estas  orquídeas brancas foram recortadas do "corpo" de uma garrafa pet.
Recorta-se em formato de pétalas, aproxima-se cada parte recortada
a chama de um isqueiro.
Usei tinta spray branca para colori-la e o miolo da flor com tinta a óleo amarela.
Pet verde para as folhas -  Faça o molde no tamanho desejado. Coloque sob a garrafa
e corte. Aqueça levemente as folhas para modelar, pinte com spray verde- fosco.
Espero que gostem.

lambe-lambe


Fraternidade


Sem título


Em casa... Maldito Computador!


Em casa... Ovo ?!


15 de abr. de 2012

Aconteceu em Jaú - As Mortas-vivas







   Ao ouvir uma nota fúnebre no rádio hoje, veio à minha lembrança um certo caso há muito acontecido, e por isso achei agradável contá-lo a vocês. Na cidade de Jurupapo morava uma senhora de nome Filomena Amadeu, ou Filó, para os íntimos. Esta era um senhora alegre, agradável, e que tinha como prazer maior participar de excursões junto com suas amigas. As excursões quase sempre eram para Aparecida do Sul, já que Filó e suas amigas eram muito religiosas. As senhoras de Jurupapo tinham-lhe muito afeto e apreciavam estar em sua companhia. 
  Ora, sucedeu certo dia que Filó saiu com suas amigas para mais uma viagem a Aparecida do Sul. Sua filha Felipa, também iria excursionar, só que para uma cidade próxima de Jurupapo, onde havia uma linda e aprazível praia. Ela assistiu divertida a partida da mãe e das outras beatas, e logo também embarcou com os amigos para se divertir na cidade de Trexistoim, onde ficava a praia tão decantada. A pequena e refrescante praiazinha ficava num lugar quase deserto, de encantadora vegetação, e no calor do verão não havia local mais delicioso de se estar. 
  Nesta altura da história, é de bom alvitre informar que Felipa tinha um namorado, e que tal trabalhava como agente funerário. E por causa disso não pôde acompanhar a namorada no passeio. Eugeninho, ou Geninho, como mais o chamavam, era um homem mais adiantado em seu ofício do que esclarecido em 
outros assuntos... 
  Chegando o cair da tarde, o gentil, porém atoleimado Geninho, acabou ouvindo pela rádio local que ocorrera um acidente com um onibus de fiéis que estava voltando de Aparecido do Sul. Ah, que desgraça desse arruinado mundo..., pensou o rapaz. Saindo de casa apressadamente, ele foi revelar seu propósito ao marido de Filó, que embora choroso com a notícia que acabara de receber do futuro genro, concordou em deixar este arrumar tudo para a chegada do corpo de Filó. Geninho também tratou de avisar parentes e amigos. Em pouco tempo começou o aparecimento de um grande número de pessoas à casa da Filó, já dada por Geninho como certamente falecida no acidente. 
  Mas o estabanado moço desconhecia que não havia acontecido nada com o onibus aonde viajava Filó e as amigas. O motorista do onibus estava com o rádio ligado e desta feita foi ele quem ouviu a notícia sobre outro acidente, envolvendo jovens que voltavam da praia de Trexistoim. Inocentemente ele transmitiu a triste nota aos passageiros, e Filó, que sabia  a filha  ido para aquela praia, quase teve um chilique, pensando que por certo o acidente teria sido com sua filha. Suas amigas, tentando consolá-la, começaram a rezar várias ladainhas, rogando aos céus o bem-estar da Felipa. 
  Filó, ora em tristonho silêncio, ora em estrondoso berreiro, mal via a hora de chegar em casa. Porém, como as coincidências mais estranhas teimam em ocorrer, Felipa, que estava sã e salva, sem ter sofrido nenhum acidente, também ouviu pelo rádio do carro dos amigos sobre o terrível acidente com o onibus 
de fiéis. 
  A moça, em desespero, temendo pela sorte de sua mãe, não via também a hora de chegar a Jurupapo para se inteirar da proporção do sinistro. Por esses fatos, podemos aquilatar o quanto cada uma estava sofrendo. Mãe e filha, mesmo distantes, pareciam se unir através das preces, trazendo cada uma o próprio coração nas mãos, temendo pelo pior. 
  Enfim a inconsolável Filó chegou em casa e, mesmo amparada pelas amigas, entrou em pânico e começou a dar sofridos gritos pela rua, vendo a multidão em frente sua casa. 
  Do outro lado da rua, uma preocupada Felipa também descia do carro atabalhoadamente, e vendo a multidão, ameaçou um desmaio, e não fosse as amigas, iria ao chão, certamente. A mãe pensava a filha morta, e esta, por sua vez, pensava a mãe morta. Ah, que desgraça desse arruinado mundo!
  Os vizinhos e parentes, escutando a gritaria desesperada na rua, já não estavam entendendo mais nada. Afinal o funeral era de quem? Quem viu Filó, achou ser da Felipa, e quem via a moça achou que era da Filó... 
  Bem, a estas alturas, nem eu, que vos transmito tal narrativa, estou entendendo mais nada...Os vizinhos, tantos homens, quanto as mulheres, entendendo a confusão, jogaram a culpa no Geninho, mas assim que mãe e filha se deram de frente aos prantos, a culpa foi colocada sobre o radialista. 
  Em breve tempo, a barulheira, agora já causada pela alegria, aumentou de tal modo, que toda a vizinhança acabou rumando para a casa de Filó. Cervejas foram abertas e uma sanfona, aparecida não se sabe da onde, alegrou o tumultuado ambiente, e as pessoas dançaram forró a noite toda em meio aos 
apetrechos da funerária, os quais, claro, o feliz Geninho nem se preocupara em retirar... E viva a vida! 

Observações: todos os nomes citados aqui, de pessoas ou lugares, são fictícios.

  FIM

14 de abr. de 2012

OVERDOSE

 

É urgente refazer o homem para que o Universo seja refeito. O homem tem que ir em busca da comunhão com DEUS, com seu próximo e com a natureza.Só assim o mundo irá sendo renovado, se tornando melhor, não importando as imperfeições e deformações da humanidade.
Estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) revela que seis milhões de dependentes de drogas como álcool, cigarro e crack podem morrer nos próximos anos no Brasil. Segundo a OMS, cerca de 2,5 milhões de pessoas morrem por ano vítimas do álcool, 200 mil em consequência do cigarro. Já o crack pode matar mais 600 mil dos seus usuários nos próximos anos.

 

Códigu Nacionar di Tranzitu


12 de abr. de 2012

O Tamanco Acusador

                 

Devemos saber que em tempos idos, existiram costumes muito lindos e louváveis, dos quais hoje não sobrou nenhum. Por em muita conta este fato, é isto o que eu, com uma curta narrativa, quero mostrar.
Morava na cidade de Jurupoca um homem de nome Orlando. Tal pessoa era casada, tinha um corpo ainda bonito, apesar da idade, e era um grande cortejador de mulheres. Sucedeu que, dentre outras senhoras Jurupoquenses, uma lhe agradou. Tal mulher, ainda jovem, vistosa e bela, expressavasse muito bem. 

Numa certa noite, aconteceu que Orlando foi jantar com a tal mulher. Encontraram-se ainda muitas vezes, com imenso prazer para os dois, sempre dentro da mais discreta ordem e do mais rigoroso sigilo.
Mas certo dia, numa tarde de sábado, a esposa de Orlando e a sogra combinaram de fazer compras na cidade vizinha. E ele não podendo dizer-lhes não, respondeu que faria aquilo que lhe pediram, com prazer.
Entraram no carro, e deixaram Jurupoca. O tempo estava lindo e propício a um passeio. Orlando pôs-se a pensar enquanto dirigia, em sua amante. Era uma pena estar a sogra e a mulher com ele, pois não podia meditar mais a vontade. E assim foi a viagem em direção a Jurupaca. 



Então, de repente, um cavalo cortou a estrada, espantando os agradáveis pensamentos de Orlando com o susto. Ele brecou o carro, automaticamente, sem mesmo saber ao certo o que estava acontecendo. A velha sogra estava no banco traseiro, bem à  vontade, e havia tirado os tamancos para refrescar os pés. Com a parada brusca, o tamanco da mulher deslizou sob o banco, indo parar próximo aos pés de Orlando.
O homem, quando notou o tamanco, ficou atemorizado, e veio-lhe ao pensamento de que era o tamanco da amante, que talvez até ali o tivesse deixado propositalmente. Transtornado, seu coração parecia chegar à  boca. O que faria? O que faria? Mas que má sorte, pensava. Aquilo era a prova da sua desonestidade... bem ali perto dos seus pés .

Oh, não teriam piedade do seu infortúnio! Precisava pensar em algo, e rápido. Olhava ora para frente, ora para trás, ora para os lados, ora para baixo... e ali via o tamanco. Acusador! O que fazer com ele era o que pensava Orlando, em silencioso desespero.
Então, subitamente, uma idéia lhe veio, e olhando pela janela do lado da esposa, gritou: Oh ! Oh! OhOhOh!!!!
 




A mulher e a sogra olharam para o lado, acompanhando o olhar de Orlando. Foi o momento de que ele precisava. Pegou o tamanco rapidamente e o jogou pela janela.
A mulher, que não viu nada, quis saber porque Orlando gritara e ele: porque me pareceu ver um objeto estranho no céu. Vocês não viram? 

A mulher nem se deu ao trabalho de responder, já que não havia visto nada. Orlando, ainda amedrontado, nem podia fazer idéia de onde conseguira aquela saída. Mas, apesar de tremulo, estava aliviado. Continuando a viagem, Orlando apreciou tanto a sua esperteza para o problema, que todo o seu medo transmudou-se em alegria e riso. 
Fitou a esposa, considerou-a lindíssima, reconheceu suas excelentes maneiras e até teve a impressão de que tudo era mais bonito, como se visse pela primeira vez. O peso da consciência fazia-o ver tudo de maneira diferente. Ouviu música, cantou e riu junto com a sogra e a mulher. 
Pouco depois chegaram à  vizinha Jurupaca. O marido agora mais zeloso do que nunca, ajudou a mulher a descer do carro e em seguida foi ajudar a sogra, que nesse momento começou a procurar o tamanco, pois só achara um pé. E é claro que ela jamais acharia o outro... Orlando, compreendendo o que acontecera, começou a sentir-se uma besta. Não era o tamanco da amante que ele havia jogado janela à  fora, mas sim o tamanco da sogra! Que grande tolo! Havia pensado que estava em uma armadilha e que tinha sido muito esperto. Foi apenas idiota, pensou consigo mesmo. 
Mas procurando não ficar perturbado, disse o zeloso marido à sua mulher: Mas como a sua mãe pode vir apenas com um tamanco no pé?
Não veio não! - Gritou a esposa - Se você estivesse presente teria visto ela colocar os dois.
E Orlando, continuando seu teatro particular, exigiu que a esposa explicasse como podia ter sumido apenas um pé do tamanco então. 

Eu não sou cega! Vi minha mâe com os dois pés calçados!
E Orlando, na maior cara de pau:  Não acho que esteja cega, mas acho vocês mulheres um pouco desmemoriadas.
 Arrependa-se do que falou, Orlando! Não permito que faça pouco de minha mãe e de mim! Volte a ser o homem que era à  pouco! Exigiu a mulher, acreditando na repentina solicitude do marido. 
E o agora gentil Orlando não teve dúvidas. Com um sorriso cínico, viu que já havia conseguido mudar a situação a seu favor. Estava tranquilo. E sem dizer mais palavras, saiu com imenso prazer para comprar um par de tamancos para sua querida sogra...

10 de abr. de 2012

Tiradentes - Joaquim José da Silva Xavier

Tiradentes - (1746 - 1792 ), é considerado o grande mártir da independência do nosso país.

A Revolta de Filipe dos Santos - 1720

Filipe dos Santos, um dos primeiros a levantar a voz contra o domínio português, como sentença, foi enforcado e seu corpo atado a um cavalo, sendo arrastado e despedaçado pelas ruas de Vila Rica.

9 de abr. de 2012

Comandante João Ribeiro de Barros


                     O homem, o sonho,
                  a luta, o herói

 

Comandante João Ribeiro de
Barros - Primeiro piloto  a cruzar o
Atlântico sul  num hidroavião

    (Adaptado do site www.gentedanossaterra.com.br)

  Nascido na Fazenda Irissanga, em Jau, interior do Estado de São Paulo, em 04 de abril de 1900, João Ribeiro de Barros desde cedo apaixonou-se pela aviação. Por causa dessa paixão, abandonou o curso de Direito e foi para os EUA, com apenas 19 anos de idade, para estudar engenharia mecânica. Dois anos depois regressou ao Brasil já com o brevet internacional de piloto. O brevet tinha o número 88 e foi-lhe concedido pela Ligue Internationale des Aviateurs, da França.   Durantes três anos participou de vários reides pelo interior do País e acabou voltando aos EUA, onde fez curso de navegação aérea, e depois foi à Alemanha, onde frequentou uma escola de acrobacia aérea. Em 1926, com apenas 26 anos de idade, propõe-se a atravessar o oceano Atlântico sul em um vôo sem auxílio da terra, como eram os vôos até então. Sua idéia era voar da Itália até o Brasil, no percurso que ficou conhecido como Reide Internacional Gênova-Santo Amaro.

                                                                   Em busca do sonho

  Buscou ajuda do governo brasileiro, na época, Washington Luís, mas não foi atendido. Decidido a ir em frente com seu projeto, vendeu sua parte da herança e foi para a Itália, onde comprou um hidroavião da fábrica Savóia Marcheti e, após prepará-lo para a empreitada, o batizou com o nome de Jahu, em homenagem à sua terra natal. Faltava a equipe agora. Barros contratou o mecânico Vasco Cinquini, o  navegador Newton Braga e o segundo piloto Cunha. Este último iria atraiçoar Barros e tentar fazer fracassar o projeto.   O governo italiano, ao saber do reide, e não se conformando que um piloto sul-americano fizesse uma proeza até então só esperada na Europa, quis tornar o reide oficial, e contratou o piloto De Pinedo. Mas para isso se tornar possível, já que a imprensa já noticiara os propósitos de Barros, era necessário fazer de tudo para atrasar a saída dos brasileiros. E para isso usaram até de sabotagem, colocando um pedaço de bronze no carter do Jahu, e ainda sabão, terra e água, nos reservatórios de combustível.

                                                         Prisão, traição e malária

  Sem nada saber, a equipe brasileira alça vôo rumo ao Brasil, mas em Alicante, na Espanha, são obrigados a fazer um pouso forçado, e acabam sendo presos pelas autoridades espanholas.   Soltos pela interferência da embaixada brasileira, e depois dos reparos no Jahu, retomam a missão, mas têm de fazer novo pouso forçado em Gibraltar, por causa de problemas no combustível. O Jahu alça vôo novamente, em precárias condições, sendo o combustível injetado através de bomba manual, e segue até Porto Praia, no arquipélago de Cabo Verde. Na ilha, Barros e sua equipe passaram vários meses fazendo os reparos definitivos no hidroavião, pois a partir dali, não poderia haver mais 'pousos forçados', e eles teriam que ir numa única escala, até as terras brasileiras.
  Enquanto se esforçavam para continuar, Barros foi traido por Cunha, que foi expulso da equipe e foi substituido mais tarde por João Negrão. Mas Barros ainda sofreria quatro crises de malária e ainda uma campanha difamatória do jornal carioca A Pátria.   Desanimado, já pensava em desistir, quando um telegrama de sua mãe, Margarida Barros o reanimou. Disposto a continuar, o herói respondeu à sua mãe: "A viagem de qualquer maneira será feita; haveremos de aportar ao Brasil. E se isso não se der, estaremos assim mesmo pagos, porque o Jahu terá a mais dígna sepultura, o mesmo oceano que haverá de banhar eternamente essa terra, tão grande na sua riqueza; tão grande na sua História!"

                                                            Arrancada para a glória

  Na madrugada de 28 de abril de 1927 o Jahu alça seu vôo definitivo rumo ao Brasil indo amerissar em Fernando de Noronha. Dali o Jahu voou para o Rio de Janeiro, onde Barros e sua equipe foram recebidos como verdadeiros heróis que eram.   O piloto norte-americano Charles Lindbergh repetiu a façanha de Barros 22 dias depois, voando pelo Atlântico Norte. Mas Barros foi o primeiro, e por isso, além das homenagens recebidas por todo o Brasil, inclusive uma coroa de louros da Faculdade de Direito do Recife,  Barros ainda foi agraciado com a Ordem do Tosão de Ouro, de Portugal, Ordem de São Francisco e São Lourenço, da Italia, Cavaleiro da Legião de Honra, da França, honrarias da Coroa da Belgica e o troféu Harmon, da Liga Internacional de Aviadores, em Paris, entre outros.. Em 1929, Barros pretende repetir a façanha, desta feita voando do Brasil para a Europa. Mas a morte de sua mãe abate o herói e o faz adiar a empreita.   Quando finalmente resolve voar com o avião ao qual havia batizado com o nome de Margarida, vê, surpreso, que não poderia fazê-lo, por ordem do ditador Getulio Vargas.   Desanimado, resolve viajar pelo mundo só retornando ao Brasil quando fica sabendo da Revolução Constitucionalista. Barros doa seus prêmios para ajudar os revolucionários.

                                                        Perseguição, desilusão e morte

  Com o fim da revolução, Barros retorna à Fazenda Irissanga, onde mais tarde será preso pelos homens de Vargas, acusado de publicar um jornal clandestino contra o ditador. A polícia de Vargas nada encontra para incriminar Barros, e ele é solto.   Completamente desiludido com o gênero humano, o herói se recolhe em Irissanga, onde falece em 20 de julho de 1947, com apenas 47 anos de idade

28 de abril de 1927 - Vôo do Jahú