Ideias Incríveis!

Ideias Incríveis!

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27 de jun. de 2012

Coral Santa Cecília - Homenagem


 A música Asas do Jahu, de Octacílio Gomes e Marcelo Tupinambá,  foi gravada pelo Coral Artístico e Religioso Santa Cecília, em 1968, sob o selo da Gravodisc. O elepê traz 14 canções magníficas, com o coral mostrando toda sua exuberância musical sob a regência  do maestro Antonio Waldomiro de Oliveira e o compasso incrível da organista Maria Ophelia Toffano Scortecci.
  O Coral Artístico e Religioso Santa Cecília, contava na época com 48 componentes, entre sopranos, contraltos, tenores e baixos, além da banda, com 5 músicos. Ao todo, o coral tinha 55 artistas, cantando e encantando. Nesta página, que fizemos questão de inserir neste Blog, fica nossa homenagem ao Coral Santa Cecília.
(A foto acima, que faz parte da capa do elepê, foi feita por Vicente João Pedro, do Foto Clube Jaú. O coral está nas escadarias da Igreja Matriz. Para a gravação do elepê, o coral contou com o apoio do Lions Clube de Jaú. Na foto abaixo, Valdomiro de Oliveira, crooner da Orquestra Continental, ao lado do Chacrinha)


Nota: Na segunda estrofe do hino Asas do Jahu, os dados foram obtidos no site
Chacrinha recebe a Orquestra Continental de Jaú
na entrada  dos estúdios da TV Tupi Rio - julho – 1960

24 de jun. de 2012

Aconteceu na casa da Beritola







 Beritola estava tentando ha quatro dias abrir uma garrafa de champagne que sobrou do Natal de 1999. Ela não sabia  porquê,  mas ultimamente estava tão feliz e, por isso resolveu comemorar com champagne.
Depois de ter tentado, durante dois dias, sem sucesso, abrir o champagne, numa tentativa desesperada, Beritola  pegou a lupa para ver se tinha alguma instrução no rótulo. Ali leu que era fabricado pelos Peterlongos na vinícula Peterlongo que fica na rua Peterlongo. Não havia nenhuma instrução, mais  ela descobriu que o produto tinha validade indeterminada.
 Isso lhe deu certo alívio, pois poderia esperar mais uns dez anos caso fosse necessário, para que fosse impresso um manual de instrução. Não contente - e ainda querendo beber seu champagne, resolveu insistir. Olhou  feio para garrafa na pia, pegou  um guardanapo e tentou puxar a tampa novamente. Nada. Tentou com alicate, que não abraçava a  dita cuja tampa. Foi no vizinho e emprestou um grifo. Ele quis saber se tinha algum cano avariado na casa dela.  Beritola desconversou pois não queria nenhum companheiro de copo naquela altura. Tava com tanta raiva do champagne que beberia em uma só golada. Ficou na raiva e na vontade, pois nem com o grifo conseguiu abrir.
 
 

  Nessa altura chegou Rufo, o namorado da  sua  filha, que disse sabiamente que a técnica caseira era bater com um chinelo no fundo da garrafa.  Beritola fingiu que não deu bola, mas assim que o rapaz saiu, correu pegar o chinelo. O chinelo não resolveu, nem o sapato, nem bota, nem tenis. Só faltou à pobre Beritola chutar a garrafa, mas ela não quis machucar o pé.
 Quando estava no quarto dia de tentativa, eis que chega o seu amigo  Epafrodito, que vendo a situação, pegou  a garrafa das suas mãos e rindo, disse para deixar com ele. Ela deixou. Epafrodito torceu a garrafa, xingou, quis morder a tampa mas Beritola avisou que ele poderia quebrar algum dente...então sabiamente ele pegou o sacarrolha . A maldita tampa não saiu, mas pelo buraco que ficou, deu para Beritola beber seu champanhe, finalmente.


Tim, tim! Saaaúde! 

Star Forever - Ronnie Von


Em 1966
com 22 anos
estourou na
 Jovem Guarda
 com a música " Meu Bem ".
No vídeo acima
Ronnie Von
cantando A Praça
no programa
Família Trapo.
Um vídeo lindo
e histórico.



21 de jun. de 2012

Pense nisso...


A inteligência sem amor, te faz perverso.
 A simplicidade sem amor, te deprecia.
 A docilidade sem amor, te faz servil.
 A beleza sem amor, te faz ridículo.
 O êxito sem amor, te faz arrogante.
 A riqueza sem amor, te faz avaro.
 A pobreza sem amor, te faz orgulhoso.
 A autoridade sem amor, te faz tirano.
 O trabalho sem amor, te faz escravo.
 A justiça sem amor, te faz implacável.
 A diplomacia sem amor, te faz hipócrita.
 A lei sem amor, te escraviza.
 A política sem amor, te deixa egoísta.
 A oração sem amor, te faz introvertido.
 A fé sem amor, te deixa fanático.
 A cruz sem amor, se converte em tortura.
 A vida sem amor, não tem sentido...
(Autor desconhecido)

Escultura O Pensador - Auguste Rodin 

20 de jun. de 2012

Explica de Novo...


  O Instituto Paulinol Edeltrudes (IPE), estava promovendo no Rio Avinhão, São Lambertúcio, Belo Guasparrudo, Brasiolandaia e outras localidades, mesas redondas, debates e works-shop. Estudiosos discutiam em torno de uma pesquisa que mostrava que os homens usam em média 2.500 palavras por dia, enquanto as mulheres, falam no mínimo 5.000!
 Risinhos irônicos foram ouvidos entre os homens, o que fez com que a senhora Analberga, que participava do encontro em São Lambertúcio,  se levantasse indignada, contestando:
- É óbvio que nós mulheres precisamos falar o dobro. Temos sempre de repetir tudo o que dizemos para que os homens consigam entender!
E o presidente da mesa:
- Como assim?!?!

14 de jun. de 2012

Aconteceu em Jaú - As Filhas de Getúlio Vargas

 
Foto de J. Poli 

  Hoje vou falar sobre a vaidade. Que depende muito do ponto de vista das pessoas. Pode ser um pecado capital, como pode ser apenas um alegre encontro de amigas numa tarde de sábado...Sem pecados. Só inocente alegria. Mas, lembrando a música de Caetano Veloso, Sampa. "Narciso acha feio o que não é espelho"... , e qualquer mulher até hoje, é bom que se saiba, está de acordo com ele. E, pensando em tudo isso, vou narrar mais um fato acontecido em Jaú....
  Evermonda e Pampinéia se reuniram numa tarde de sábado na casa de Liseta e sua irmã Fiameta, onde se encontrava todo tipo de parafernália - de esmaltes a perucas, enfim, todo tipo de acessório para deixar uma garota ainda mais bonita. Afinal era sábado e, como de praxe nessa época, as moças costumavam se dirigir à Praça Siqueira Campos ou Praça da Matriz, onde foi erejido o monumento a João Ribeiro de Barros, e ali ficavam andando em volta do jardim, e os moços ficavam parados em frente de bares, da sorveteria do Pereira e outros locais próximos à praça.
  As moças em questão começavam a se enfeitar cedo, porque tinham que voltar antes das 22horas. Liseta e Fiameta eram obrigadas pelo severo pai a levar as irmãs menores Cleta e Pulguéria. De maneira alguma elas podiam sair sozinhas. Liseta e Fiameta queriam matar Cleta e Pulguéria, pois a presença da duas crianças não as deixava à vontade com os rapazes.
  No grande espelho no quarto dos fundos da casa que funcionava como um mini salão de beleza , as perucas de variadas cores, que eram a paixão da época, além de cintos, bolsas, sapatos, casacos e estolas de pele . As pequenas Cleta e Pulguéria ficavam observando tudo isso e se maravilhando. Glicerina para o calcanhar, liso e sedoso ao tato e olhar. Unhas fortificadas com iodo e casco de cavalo (base de unha da época). Os corpos bamboleavam em frente do espelho, se estudavam em todos os ângulos, ajeitando aqui, apertando acolá. No espelho a face maquiada com sobrancelhas delineadas e cilíos de pesado negror. O lápis desenhando riscos ousados sobre e sob as pálpebras. Belos brincos brilham por entre os cabelos negros de Liseta e Fiameta, em impecável pajem acariciando os ombros. Liseta, já pronta, foi tomar água e buscar também para suas amigas, quando deu de cara com seu pai, o sr. Varlungo. Quando passou por ele, a moça deixou atrás de si um rastro de cremes e perfumes no ar.
  O sr. Varlungo já estivera observando as moças, meio que disfarçado, desde quando começaram a tal arrumação. Depois de matarem a sede, após tanto frisson, saíram da casa para a calçada, sob o olhar espantado e incrédulo do sr. Varlungo, que não se contendo, chamou a atenção da esposa, dona Varleta:
 - Varleta, minha velha, venha rápido para ver as filhas do Getúlio Vargas! As filhas do Getúlio...desculpem, as filhas do sr. Varlungo e suas amigas, conversando sorridentes, desceram pela rua. Quem viu, contou vantagem, como o velho Varlungo; quem não viu, jamais se perdoou, pois tal fato foi simplesmente imperdível e inesquecível...

Star Forever - Roberto Carlos


12 de jun. de 2012

Aconteceu em Jaú - A Máxima da Escola Major Prado



  Ao lembrar um fato ocorrido com sua colega Máxima, quando as duas estudavam na Escola Major Prado, Arcedita até hoje ainda não consegue conter o riso, pois foi um episódio muito marcante. Não é um riso zombeteiro e sim um riso gostoso, saudoso, da época da sua juventude.
 Ainda com um sorriso no rosto, Arcedita olha o sol refletindo no tampo da mesa da sala, e fecha os olhos, se transportando anos atrás.
  A escola ainda não tinha muro na frente, como o da foto acima, e sim um lindo jardim. Arcedita e Máxima estavam assistindo a aula do professor Biocolor, que por umas das muitas e inexplicáveis razões desta vida, tinha um olho verde e outro azul. Isso o incomodava muito e mais ainda o aborrecia quando algum curioso inadivertidamente perguntava o por quê da cor diferente dos seus olhos.

A maioria não tocava no assunto, em respeito ao professor, mas como em todo lugar tem um engraçadinho (ou uma besta)...Na sala de aula onde se encontravam Arcedita e Máxima, havia o Calandrino, a besta em questão, que não se contendo, fez a pergunta fatal sobre a diferença da cor dos olhos do professor Biocolor. Não devia ter perguntado!!!
Foi como se um iceberg caisse sobre a sala de aula. O professor nada respondeu, mas seu olhar mostrou que ele não gostara da pergunta e, sem que ninguém esperasse, ele falou:
- Prova oral, classe!
Todos se arrepiaram, já que ninguém estava preparado para a dita cuja prova. Mas o professor - graças ao imbecil do Calandrino, acabou ferrando todos. E a prova começou. E começou justamente com Arcedita, a quem o professor dirigiu a primeira pergunta:
- Arcedita, o que são aeróbios?
- São organismos que dependem do oxigênio do ar para viver e se reproduzir, professor.
Ele então se virou para Palemão:
- Responda rápido...o que é ágata?
Palemão não perdeu tempo, respondendo acertadamente:
- É um mineral, professor, semiprecioso, da família do quartzo.
Aí  o professor Biocolor apontou Máxima:
- Máxima,  me responda: - O que são aminoácidos?
E a Máxima, sem pestanejar (e sem pensar) : - Aminoácidos, professor, foram os primeiros habitantes da Europa!
E o professor, falando bem devagar, como se mastigasse as palavras...
- Máxima, você é o máximo!!!
No segundo seguinte toda a classe estava rindo...e inclusive o professor, despistadamente. Mas se perguntarem à Arcedita, ela vai jurar que o professor também riu...
E foi esse episódio que aconteceu naquela ensolarada e fria manhã de inverno na Escola Major Prado. O dia que a Máxima da Escola Major Prado transformou todos os europeus em aminoácidos!

Imagem: jaufatosefotos.br.tripod.com

11 de jun. de 2012

Tempo de Despertar


Bronx, 1969. Malcolm Sayer (Robin Williams) é um neurologista que conseguiu emprego em um hospital psiquiátrico.  Lá ele encontra vários pacientes que aparentemente estão catatônicos, mas Sayer sente que eles estão só "adormecidos" e que se forem medicados da maneira certa poderão ser despertados.
Assim pesquisa bem o assunto e chega à conclusão de que a L-DOPA, uma nova droga que já estava sendo usada para pacientes com o Mal de Parkinson, deve ser o medicamento ideal para este casos.
No entanto, ao levar o assunto para o diretor, ele autoriza que apenas um paciente seja submetido ao tratamento. Imediatamente Sayer escolhe Leonard Lowe (Robert De Niro), que há décadas estava "adormecido".
Gradualmente Lowe se recupera e isto encoraja Sayer em administrar L-DOPA nos outros pacientes, sob sua supervisão. Logo os pacientes mostram sinais de melhora e também mostram-se ansiosos em recuperar o tempo perdido. Mas, infelizmente, Lowe começa a apresentar estranhos e perigosos efeitos colaterais.
O filme, impressionante pelo seu conteúdo, já que foi baseado em fatos reais, e impressionante pelas atuações de De Niro e Williams, é de 1990 mas mostra-se completamente atual 22 anos depois, pois você verá que fizemos do mundo uma grande neurose coletiva, mas no amor somos individualistas, pensamos apenas em nós mesmos ou nos mais próximos a nós, esquecendo que no mundo existem tantas pessoas doentes, carentes, que não precisam de grandes coisas além da nossa atenção e de uma palavra de amor.
Sugiro o filme e que todos nós possamos refletir sobre isso. O filme está no excelente site http://www.saudadeeadeus.com.br/filmes.htm, onde você poderá encontrar outros filmes on-line, também muito bons.

10 de jun. de 2012

Aconteceu em Jaú - A sorridente Carteira de Trabalho






   Final da década de 60.Valburga não tem sido nada feliz e é pena. Preparou seu lanche e foi para a escola Dr. Domingos de Magalhães. Valburga chegou à escola com passo de bocó, aliás se sentia uma bocó. Um menino de nome Pacômio espremido numa camisa justa atirava palavras depreciativas e fazia brincadeiras que Valburga não compreendia, mas que entristeciam sobremaneira sua alma adolescente.
- Chegou a boca de canhão !
Valburga passou por ele e logo em seguida olhou para trás e viu que a turminha ria e cochichava. "Esse miserável está zombando de mim" - pensou. Ficou muito chateada. Isso não se faz. Valburga se sentia infeliz com as brincadeiras de mau gosto, e o que é pior é que constantemente Pacômio e seus amigos faziam isso. Valburga achava a vida uma caca. Não conseguia passar um dia sem que sua face assumisse um colorido de tomate ou pimentão. "Filho da mãe, filhinho de papai, pulga nojenta", pensava. Valburga  estava infeliz, sim. Algum tempo depois, Valburga, no periodo da tarde, dirigiu-se ao foto Sputinik afim de tirar fotos 3x4 para sua carteira profissional.
 Vestiu sua melhor roupa e foi para o estudio, que ficava em frente ao jardim de baixo, um local muito conhecido dos jauenses. Já conhecia o pessoal do estúdio, pois  havia feito um estágio ali. Pacômio e suas ofensas não saiam de sua cabeça. Isidoro, o fotógrafo,  muito gentil,  fez as fotos que  só  ficariam prontas  quase uma semana depois. Passado o tempo, Valburga foi apanhar suas fotos. Quando abriu o envelope com as fotos ficou imóvel, chocada,  pois em sua cabeça acabou achando que Pacômio tinha razão e que ela era realmente horrível.
Sem conseguir  segurar a decepção, caiu num choro inconsolável e o retratista ficou sem saber o que fazer com Valburga, pois  parecia que ela ia ter uma sincope.Tudo que o retratista falava soava mal. A moça não parava de chorar.
-  Todas as fotos 3x4 ficam assim mesmo...
- Não ficou tão ruim assim... olhe bem,  dizia ele.
Mas quanto mais tentava consolar a moça, mais ela chorava. Isidoro, que era uma adorável pessoa, esperou que ela se acalmasse. Depois pediu para fotografá-la novamente. Desta vez tomou o máximo cuidado para que Valburga saisse bonita na foto. Pediu que sorrisse, apesar do seu sorriso demonstrar certa insegurança, sorriu como Isidoro havia pedido.
 Bem, sua carteira  profissional  tem até hoje uma foto com  um belo sorriso. Segundo um amigo dela, Valburga é a primeira pessoa que tem uma foto sorrindo na carteira de trabalho. Nem o Ministério do Trabalho, em toda sua história jamais viu coisa semelhante! Muitos ficam infelizes ao tirar uma Carteira de Trabalho, mas para Valburga, aquele foi um dos poucos momentos felizes em sua adolescência. E por isso o grande sorriso na Carteira de Trabalho...


Os nomes são ficticios, mas qualquer semelhança não é mera coincidência.

foto : www.escolamagalhaes.com.br/história


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6 de jun. de 2012

Aconteceu em Jaú - Pulguéria no Grêmio Paulista










Era sábado, numa quente tarde de verão, Berítola esperava as amigas para se prepararem para ir na Brincadeira Dançante do Grêmio Paulista ou do Aero Clube. Ela e suas amigas iam decidir isso depois...  Chega Pulguéria, Agnolella e Analberga e começam o ritual: escolhem o traje, trocam peças de roupa entre elas, uma ajuda a outra a se maquiar. Pulguéria era a mais novidadeira, sempre inventando alguma e, dessa vez,  se superou. Querendo ficar mais bonita que as amigas secou os dentes com uma toalhinha e passou base de unha para que eles ficassem mais brancos e brilhantes. Nos lábios queria algo também que brilhasse, e não teve dúvidas: o mesmo esmalte das mãos serviriam para os lábios e assim fez. Secou bem os lábios e passou Amor Perolado (nome do esmalte) que era vermelho e brilhante, combinando com a rosa que ela trazia ao pescoço.
  Berítola ficou boquiaberta, pois achou toda aquela parafernália linda, e sentiu-se insignificante naquele momento...O tempo foi passando naquela arrumação, já se aproximando das vinte horas. Elas tinham que correr, para não chegarem atrasadas ao clube.
Analberga era a única que tinha um namoradinho. Era o Saledino e iam se encontrar no clube. Pouca bebida, efeitos de luzes na pista enfeitada com bolas giratórias  revestidas de cacos de espelho. Aquelas luzes na pista faziam as jovens parecerem mais loiras, mais adultas, e o batom da  Pulguéria mais brilhante e lindo!
Depois do reconhecimento geral dos presentes, Berítola e suas amigas ficavam andando em volta da pista de dança, até a banda começar a tocar as músicas mais lentas. Enquanto Berítola foi até a sacada apreciar a noite jauense, os casais iam rapidamente para a pista, inclusive Analberga e Saledino. Com a empolgação causada pela música romântica e as cores vibrantes das luzes, Saledino e Analberga iam se aproximando, aproximando até os corpos de ambos ficarem colados. Embalados pelo som da música, as bocas dos dois jovens se colaram, como se alguém as tivesse unido com Superbonder...
Os coitados não sabiam que iam pagar o maior "mico", pois o segurança do clube chegou e, sem mexer um só músculo da face, olhar e rosto impassíveis, desceu as escadas acompanhando os jovens ao andar térreo. Era o final de tudo. Os dois beijoqueiros estavam fora!
Pulguéria, como se fosse uma repórter da Radio Jauense, veio correndo até a varanda contar o acontecido a Berítola. Esta olhou para Pulguéria e constatou  que seu batom, quero dizer, esmalte, estava  todo rachado e já descolando da sua boca, e desatou em risos.
Pulguéria, nervosa pelo seu plano de "miss Jaú" ter ido água abaixo, começou a cuspir pedacinhos  da base que passara nos dentes. Ainda bem que já estava perto da meia- noite,  hora do término da desastrosa brincadeira dançante. Teriam que esperar  mais uma semana para poderem voltar ao clube.
Berítola, Agnolella, Analberga, Saledino e Pulguéria voltaram para casa achando tudo uma droga! Assim era naquele tempo, e assim foi o ocorrido, pois como sempre escrevo, isso aconteceu em Jaú!


4 de jun. de 2012

Aconteceu em Jaú - Os Fantasmas da Avenida

Foto do cemitério na avenida Frederico Ozanan - Foto: S. Ferraz


  Vou contar rapidamente para vocês o que sucedeu com três supostos cidadãos jauenses. Trifena, vamos chamá-la assim, depois de mais um dia de trabalho vai para o Instituto de Educação Caetano Lourenço de Camargo depois do jantar, somente voltando à sua casa para merecido repouso por volta da meia-noite.  A escola ficava  bem distante da casa de Trifena, que para seu  medo ficava próxima  demais ao cemitério.
  Certa noite, ao voltar da escola, Trifena caminhava pela avenida Frederico Ozanan que levava à sua casa.
  O pesado silencio da rua deserta alimentava ainda mais seus pensamentos medrosos.  O silencio era tal que parecia que a vida havia se evaporado. De repente uma mão toca o ombro da moça e o susto foi tanto que seu coração parecia saltar pela boca. Quase desfalecendo Trifena olhou  para trás e viu uma velha de pequena estatura, rosto achatado, que trazia uma vassoura  e uma sacola  nas mãos e disse com uma voz gutural:
- Vou varrer a Rui Barbosa!
 Apesar do medo, Trifena estranhou, já que a rua  Rui Barbosa ficava do outro lado da cidade. Sentindo arrepios por todo o corpo a pobre e assustada moça foi se afastando da velha enquanta seus olhos procuravam pela avenida um possível socorro...E ele veio através de um ciclista que descia pela avenida. Trifena fez sinais aflitos e o ciclista -  um jovem simpático, diminuiu a velocidade e aproximou-se de Trifena.
  Gaguejando ela suplicou-lhe que acompanhasse até as proximidades de sua casa. Sem dizer nada o rapaz começou a pedalar ao seu lado, até chegarem perto da sua residência. O rapaz ficou na esquina e Trifena, a passos apressados, chegou ao portão da sua casa. Olhando para trás na intenção de se despedir do ciclista, Trifena não viu mais  ninguém!
  No dia seguinte, ao pensar no caso, ainda sentindo arrepios, Trifena lembrava-se com terror da velha e de sua mão gelada no seu ombro. Refletindo melhor, Trifena começou a se indagar:
Será que a velha realmente varreu a rua Rui Barbosa? E outro pensamento ocupava sua mente: de onde veio e para onde foi o ciclista que a ajudara?...
Pode parecer mentira mais isso aconteceu em Jaú!!!

3 de jun. de 2012

Aconteceu em Jaú - As Mortas-vivas

 

Ao ouvir uma nota fúnebre no rádio hoje, veio à minha lembrança um certo caso há muito acontecido, e por isso achei agradável contá-lo a vocês. Na cidade de Jurupapo morava uma senhora de nome Filomena Amadeu, ou Filó, para os íntimos. Esta era um senhora alegre, agradável, e que tinha como prazer maior participar de excursões junto com suas amigas. As excursões quase sempre eram para Aparecida do Sul, já que Filó e suas amigas eram muito religiosas. As senhoras de Jurupapo tinham-lhe muito afeto e apreciavam estar em sua companhia. 
  Ora, sucedeu certo dia que Filó saiu com suas amigas para mais uma viagem a Aparecida do Sul. Sua filha Felipa, também iria excursionar, só que para uma cidade próxima de Jurupapo, onde havia uma linda e aprazível praia. Ela assistiu divertida a partida da mãe e das outras beatas, e logo também embarcou com os amigos para se divertir na cidade de Trexistoim, onde ficava a praia tão decantada. A pequena e refrescante praiazinha ficava num lugar quase deserto, de encantadora vegetação, e no calor do verão não havia local mais delicioso de se estar. 
  Nesta altura da história, é de bom alvitre informar que Felipa tinha um namorado, e que tal trabalhava como agente funerário. E por causa disso não pôde acompanhar a namorada no passeio. Eugeninho, ou Geninho, como mais o chamavam, era um homem mais adiantado em seu ofício do que esclarecido em 
outros assuntos... 
  Chegando o cair da tarde, o gentil, porém atoleimado Geninho, acabou ouvindo pela rádio local que ocorrera um acidente com um onibus de fiéis que estava voltando de Aparecido do Sul. Ah, que desgraça desse arruinado mundo..., pensou o rapaz. Saindo de casa apressadamente, ele foi revelar seu propósito ao marido de Filó, que embora choroso com a notícia que acabara de receber do futuro genro, concordou em deixar este arrumar tudo para a chegada do corpo de Filó. Geninho também tratou de avisar parentes e amigos. Em pouco tempo começou o aparecimento de um grande número de pessoas à casa da Filó, já dada por Geninho como certamente falecida no acidente. 
  Mas o estabanado moço desconhecia que não havia acontecido nada com o onibus aonde viajava Filó e as amigas. O motorista do onibus estava com o rádio ligado e desta feita foi ele quem ouviu a notícia sobre outro acidente, envolvendo jovens que voltavam da praia de Trexistoim. Inocentemente ele transmitiu a triste nota aos passageiros, e Filó, que sabia  a filha  ido para aquela praia, quase teve um chilique, pensando que por certo o acidente teria sido com sua filha. Suas amigas, tentando consolá-la, começaram a rezar várias ladainhas, rogando aos céus o bem-estar da Felipa. 
  Filó, ora em tristonho silêncio, ora em estrondoso berreiro, mal via a hora de chegar em casa. Porém, como as coincidências mais estranhas teimam em ocorrer, Felipa, que estava sã e salva, sem ter sofrido nenhum acidente, também ouviu pelo rádio do carro dos amigos sobre o terrível acidente com o onibus 
de fiéis. 
  A moça, em desespero, temendo pela sorte de sua mãe, não via também a hora de chegar a Jurupapo para se inteirar da proporção do sinistro. Por esses fatos, podemos aquilatar o quanto cada uma estava sofrendo. Mãe e filha, mesmo distantes, pareciam se unir através das preces, trazendo cada uma o próprio coração nas mãos, temendo pelo pior. 
  Enfim a inconsolável Filó chegou em casa e, mesmo amparada pelas amigas, entrou em pânico e começou a dar sofridos gritos pela rua, vendo a multidão em frente sua casa. 
  Do outro lado da rua, uma preocupada Felipa também descia do carro atabalhoadamente, e vendo a multidão, ameaçou um desmaio, e não fosse as amigas, iria ao chão, certamente. A mãe pensava a filha morta, e esta, por sua vez, pensava a mãe morta. Ah, que desgraça desse arruinado mundo!
  Os vizinhos e parentes, escutando a gritaria desesperada na rua, já não estavam entendendo mais nada. Afinal o funeral era de quem? Quem viu Filó, achou ser da Felipa, e quem via a moça achou que era da Filó... 
  Bem, a estas alturas, nem eu, que vos transmito tal narrativa, estou entendendo mais nada...Os vizinhos, tantos homens, quanto as mulheres, entendendo a confusão, jogaram a culpa no Geninho, mas assim que mãe e filha se deram de frente aos prantos, a culpa foi colocada sobre o radialista. 
  Em breve tempo, a barulheira, agora já causada pela alegria, aumentou de tal modo, que toda a vizinhança acabou rumando para a casa de Filó. Cervejas foram abertas e uma sanfona, aparecida não se sabe da onde, alegrou o tumultuado ambiente, e as pessoas dançaram forró a noite toda em meio aos 
apetrechos da funerária, os quais, claro, o feliz Geninho nem se preocupara em retirar... E viva a vida! 


Observações: todos os nomes citados aqui, de pessoas ou lugares, são fictícios.

  FIM

1 de jun. de 2012

Aconteceu em Jaú - Explosão milagrosa






Era para  ser uma bela noite de primavera dos anos 70. De mais a mais nesta época do ano está tudo verde e florido. As noites são agradáveis e os jauenses, como de costume, dirigiram-se ao Cine Jahu.
Namoros às escondidas, alunos gazeando aulas e, de acordo com a época, inspetor do juizado de menores à porta do cinema, conferindo uma a uma as carteirinhas dos estudantes.O filme em exibição era A Megera Domada, de William Shakespeare.

                       O Explosivo Plano

O fato, inexplicável até hoje, foi que quatro jovens, sem nada melhor a fazer, resolveram aprontar dentro do cinema. Eles fizeram uma espécie de bomba unindo vários rojões, que colocaram secretamente no banheiro, esperando que a explosão fosse parecer um acidente.

                                                               O Ensurdecedor Resultado

Justamente naquela noite um conhecido - e mudo, vendedor de bilhetes, resolveu ir ao cinema. Não sei se por causa de Shakespeare ou de Elizabeth Taylor. Pouco antes do inicío do filme, o mudo e várias outras pessoas estavam no banheiro, quando os vândalos resolveram que era a hora de acender o pavio da dita cuja bomba. E foi o que fizeram, indo em seguida calmamente sentar-se na primeira fila, aguardando o apagar das luzes e o acender do pânico que esperavam causar, é claro!

                                                                  O Milagre da Bomba

Quando o maldito artefato explodiu, o estardalhaço se fez ouvir a quilômetros do cinema. O mundo veio abaixo com o desespero generalizado e o pobre mudo, completamente zonzo, saiu do banheiro ainda de braguilha aberta falando de olhos arregalados: Putá, putá, putá pariu!!!

                                                                     O Grande Finale

Todo mundo correndo aos gritos pensando que o cinema estava desabando ou que havia iniciado a Terceira Guerra Mundial. Somente as mulas causadoras do pânico ficaram sossegados e embriagados com a beleza de Liz Taylor. É claro que isso contribuiu para que todos suspeitassem que eles eram os causadores do cataclismo. Os quatros gozadores e aprendizes de terroristas foram parar na delegacia. Depois não sei o que aconteceu a eles, mas há quem diga até hoje, que ao saberem que o mudo falara estavam pensando seriamente em montar uma igreja, por causa do milagre.

Foto : Blog Prosa Fiada