Ideias Incríveis!

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9 de abr. de 2012

Comandante João Ribeiro de Barros


                     O homem, o sonho,
                  a luta, o herói

 

Comandante João Ribeiro de
Barros - Primeiro piloto  a cruzar o
Atlântico sul  num hidroavião

    (Adaptado do site www.gentedanossaterra.com.br)

  Nascido na Fazenda Irissanga, em Jau, interior do Estado de São Paulo, em 04 de abril de 1900, João Ribeiro de Barros desde cedo apaixonou-se pela aviação. Por causa dessa paixão, abandonou o curso de Direito e foi para os EUA, com apenas 19 anos de idade, para estudar engenharia mecânica. Dois anos depois regressou ao Brasil já com o brevet internacional de piloto. O brevet tinha o número 88 e foi-lhe concedido pela Ligue Internationale des Aviateurs, da França.   Durantes três anos participou de vários reides pelo interior do País e acabou voltando aos EUA, onde fez curso de navegação aérea, e depois foi à Alemanha, onde frequentou uma escola de acrobacia aérea. Em 1926, com apenas 26 anos de idade, propõe-se a atravessar o oceano Atlântico sul em um vôo sem auxílio da terra, como eram os vôos até então. Sua idéia era voar da Itália até o Brasil, no percurso que ficou conhecido como Reide Internacional Gênova-Santo Amaro.

                                                                   Em busca do sonho

  Buscou ajuda do governo brasileiro, na época, Washington Luís, mas não foi atendido. Decidido a ir em frente com seu projeto, vendeu sua parte da herança e foi para a Itália, onde comprou um hidroavião da fábrica Savóia Marcheti e, após prepará-lo para a empreitada, o batizou com o nome de Jahu, em homenagem à sua terra natal. Faltava a equipe agora. Barros contratou o mecânico Vasco Cinquini, o  navegador Newton Braga e o segundo piloto Cunha. Este último iria atraiçoar Barros e tentar fazer fracassar o projeto.   O governo italiano, ao saber do reide, e não se conformando que um piloto sul-americano fizesse uma proeza até então só esperada na Europa, quis tornar o reide oficial, e contratou o piloto De Pinedo. Mas para isso se tornar possível, já que a imprensa já noticiara os propósitos de Barros, era necessário fazer de tudo para atrasar a saída dos brasileiros. E para isso usaram até de sabotagem, colocando um pedaço de bronze no carter do Jahu, e ainda sabão, terra e água, nos reservatórios de combustível.

                                                         Prisão, traição e malária

  Sem nada saber, a equipe brasileira alça vôo rumo ao Brasil, mas em Alicante, na Espanha, são obrigados a fazer um pouso forçado, e acabam sendo presos pelas autoridades espanholas.   Soltos pela interferência da embaixada brasileira, e depois dos reparos no Jahu, retomam a missão, mas têm de fazer novo pouso forçado em Gibraltar, por causa de problemas no combustível. O Jahu alça vôo novamente, em precárias condições, sendo o combustível injetado através de bomba manual, e segue até Porto Praia, no arquipélago de Cabo Verde. Na ilha, Barros e sua equipe passaram vários meses fazendo os reparos definitivos no hidroavião, pois a partir dali, não poderia haver mais 'pousos forçados', e eles teriam que ir numa única escala, até as terras brasileiras.
  Enquanto se esforçavam para continuar, Barros foi traido por Cunha, que foi expulso da equipe e foi substituido mais tarde por João Negrão. Mas Barros ainda sofreria quatro crises de malária e ainda uma campanha difamatória do jornal carioca A Pátria.   Desanimado, já pensava em desistir, quando um telegrama de sua mãe, Margarida Barros o reanimou. Disposto a continuar, o herói respondeu à sua mãe: "A viagem de qualquer maneira será feita; haveremos de aportar ao Brasil. E se isso não se der, estaremos assim mesmo pagos, porque o Jahu terá a mais dígna sepultura, o mesmo oceano que haverá de banhar eternamente essa terra, tão grande na sua riqueza; tão grande na sua História!"

                                                            Arrancada para a glória

  Na madrugada de 28 de abril de 1927 o Jahu alça seu vôo definitivo rumo ao Brasil indo amerissar em Fernando de Noronha. Dali o Jahu voou para o Rio de Janeiro, onde Barros e sua equipe foram recebidos como verdadeiros heróis que eram.   O piloto norte-americano Charles Lindbergh repetiu a façanha de Barros 22 dias depois, voando pelo Atlântico Norte. Mas Barros foi o primeiro, e por isso, além das homenagens recebidas por todo o Brasil, inclusive uma coroa de louros da Faculdade de Direito do Recife,  Barros ainda foi agraciado com a Ordem do Tosão de Ouro, de Portugal, Ordem de São Francisco e São Lourenço, da Italia, Cavaleiro da Legião de Honra, da França, honrarias da Coroa da Belgica e o troféu Harmon, da Liga Internacional de Aviadores, em Paris, entre outros.. Em 1929, Barros pretende repetir a façanha, desta feita voando do Brasil para a Europa. Mas a morte de sua mãe abate o herói e o faz adiar a empreita.   Quando finalmente resolve voar com o avião ao qual havia batizado com o nome de Margarida, vê, surpreso, que não poderia fazê-lo, por ordem do ditador Getulio Vargas.   Desanimado, resolve viajar pelo mundo só retornando ao Brasil quando fica sabendo da Revolução Constitucionalista. Barros doa seus prêmios para ajudar os revolucionários.

                                                        Perseguição, desilusão e morte

  Com o fim da revolução, Barros retorna à Fazenda Irissanga, onde mais tarde será preso pelos homens de Vargas, acusado de publicar um jornal clandestino contra o ditador. A polícia de Vargas nada encontra para incriminar Barros, e ele é solto.   Completamente desiludido com o gênero humano, o herói se recolhe em Irissanga, onde falece em 20 de julho de 1947, com apenas 47 anos de idade

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